A música eletrônica no Brasil

É fato que o mercado da música eletrônica no Brasil está em crescimento. A cada ano, surgem novos festivais destinados ao ramo e novos profissionais ingressam nesse mundo. E só para exemplificar um pouco isso, o maior evento de música eletrônica do planeta, o Tomorrowland, foi confirmado ano que vem no país.

E se o Brasil está em constante crescimento nesse quesito, há sempre um mercado em que o país deve se espelhar. E, atualmente, a referência da música eletrônica no planeta é a Europa. Países como Inglaterra e Holanda já possuem uma cultura que beneficia a produção, os profissionais e os festivais do gênero. Além disso, os maiores nomes da música eletrônica do planeta são do velho continente.

Por outro lado, apesar dessa ascensão, ainda existem alguns problemas para os profissionais brasileiros. De acordo com Claudio da Rocha Miranda Filho, co-fundador e diretor executivo do Rio Music Conference, maior encontro de música eletrônica na América Latina, ainda há uma cultura “americanizada” em nosso país. Apesar da formação de grandes nomes brasileiros, o público ainda prefere o DJ estrangeiro. E com isso, o produtor de um festival acaba se rendendo ao produto gringo.

Ainda de acordo com Claudio, o mercado europeu e norte-americano dificilmente assimila um trabalho vindo do sul. Mesmo que seja um produto de qualidade e até mesmo superior aos produzidos nesses mercados, há uma forte tendência pelo nacionalismo. Ou, pior ainda, um pensamento de soberania da população, que ainda é a mentalidade de muitas pessoas nesses países.

E nesse caso, somente com uma boa dose de criatividade, um brasileiro consegue o reconhecimento no exterior. Diante dessas alternativas, a melhor opção para o DJ brasileiro pode ser o mix de outros ritmos típicos do país. A mistura de sons, como o funk e o MPB, pode ser uma boa saída para um produto diferente para o gringo.

Fonte: Noize