Omar Souleyman, o refugiado sírio que faz o Ocidente dançar

Guerras e conflitos são, na maioria das vezes, motivos para uma pessoa desistir. Desistir do trabalho, das atividades cotidianas, dos sonhos. Mas, mesmo à beira do abismo, mesmo depois de perder quase tudo, muitas pessoas seguem um rumo em busca de uma nova vida.

É o caso do sírio Omar Souleyman. Atualmente, ele se apresenta em grandes festivais de música eletrônica na Europa. Com o microfone colado no bigode, óculos escuros, lenço árabe (keffieh) vermelho na cabeça e uma túnica branca até os pés, ele vem conquistando o público ocidental. Isso, mesmo sem saber falar inglês.  Mas o que muitos não sabem são as dificuldades que o artista passou em sua terra natal, de onde teve que fugir para escapar da guerra civil que afeta a Síria.

Omar Souleyman ficou famoso em seu país tocando em casamentos. O seu estilo é o dabke, de ritmo hipnótico e timbres estridentes. E foi essa pinta de sultão e a música com ritmo oriental que fizeram a revista Vice chamar Souleyman de “o cara mais cool do universo”.

O artista se diz surpreso com o sucesso conquistado nos países europeus e nos Estados Unidos. E, para conquistá-los, Souleyman afirma que sempre manteve o seu estilo. Mesmo diante de novos públicos, sua música continua a mesma do início de sua carreira.

O músico ainda faz uma comparação dos públicos ocidental e sírio. A primeira é a língua, já que no ocidente ninguém entende o que ele canta. E os casamentos árabes, onde ele costumava tocar, duravam horas. Enquanto que na Europa e nos Estados Unidos, sua apresentação dura em média 45 minutos.

Atualmente, Souleyman conta com o apoio de uma agente e empresários para novas produções. E convites para participar de eventos de música eletrônica surgem a todo momento. Por outro lado, mesmo com o sucesso conquistado no ocidente, Omar Souleyman não esquece sua terra natal. Ele diz que a crise síria o afeta profundamente e deseja que a paz volte rapidamente para seu país.

Fonte: Blog Estadão